Esquizofrenia

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Esquizofrenia

 

A esquizofrenia é uma das mais importantes doenças da psiquiatria. Isso porque, mesmo não sendo tão frequente no consultório como a depressão e ansiedade, o impacto na vida do paciente e dos familiares é severo. Uma vez que o indivíduo a desenvolve, ele jamais será o mesmo e esta é uma das características mais cruéis desta doença, marcada pelo caráter incurável e pelos graves sintomas. Uma pergunta frequente é se podemos preveni-la ou se alguma atitude, como uso de drogas, pode desencadeá-la? A resposta é simples e dura... não! A ciência ainda não identificou nada que possa provocá-la ou evitá-la.  Entretanto, entre as características bem conhecidas, está a idade de surgimento ou primeiro surto, entre os 15 e os 25 anos (na grande maioria dos casos). Assim, se você já ultrapassou esta idade, dificilmente será acometido por ela.

O quadro é marcado pela presença de delírios, alucinações, pensamento desorganizado e comportamento estranho (muitas vezes bizarro). Mas o que é isso? Como percebo estas coisas???

  • No caso da esquizofrenia as alucinações são quase sempre auditivas. Isto é, a pessoa começa a ouvir vozes que as vezes dão ordens, outras vezes são depreciativas (falam mal dele), outras comentam tudo que ele faz. Este sintoma é terrível para o paciente, causa extremo desconforto e confunde a realidade. Podemos percebe-lo através de atitudes como quando o paciente começa a falar (responder) sozinho, a sorrir sem que tenha algum motivo ou situação que justifique;
  • Delírios são alterações do juízo que ele faz da realidade e existem de alguns tipos. Por exemplo: em um caso de delírio paranoide, o doente começa a perceber sinais no ambiente que, para ele, podem significar claramente que todos a sua volta fazem parte de uma organização secreta e estão planejando capturá-lo. Uma característica importante, e muito interessante, deste sintoma é que ele é inquebrável ou irredutível. Ou seja, mesmo que se apresente ao doente provas incontestáveis de que está errado e não há nenhuma organização secreta, ele jamais concordará. Existem outras formas de delírio. A única forma de quebrar/desfazer um delírio e através de medicamentos e nem sempre funciona. Algumas vezes apenas apazigua;
  • O pensamento desorganizado é percebido quando ele não consegue estabelecer ou manter uma conversa no curso normal. Começa em um assunto e logo salta para outro, sem que exista ligação entre os dois. Algumas vezes é tão grave que não consegue nem mesmo dar sentido às suas frases;
  • Todos estes sintomas acima e outros não citados aqui vão resultar em um outro aspecto comum aos portadores desta doença, o comportamento bizarro. O sujeito pode falar sozinho, fica sorrindo sem motivo aparente, apresenta conversa e atitudes estranhas ao lugar e momento, olha de forma estranha para algumas pessoas, abandona os cuidados com sua higiene pessoal e saúde.

Atormentado por estes e outros sintomas o paciente esquizofrênico pode tomar atitudes que causem prejuízos e/ou lesão física a si e aos outros. Sendo ele mesmo a maior e mais frequente vítima de seus atos. Em casos extremos, suicídio e homicídio estão entre a consequências possíveis.

Apesar de não ter cura, o tratamento adequado previne os surtos, que é quando costumam ocorrer a maior parte dos problemas. Através de medicações específicas e processo terapêutico especializado o psiquiatra ajuda o paciente a compreender sua nova realidade, além de proporcionar melhora de boa parte dos sintomas. Tornando o convívio com a família e a sociedade mais tranquilo e produtivo. 

A saúde é um direito fundamental do ser humano,
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício

(lei 8.080/90, em seu artigo 2º)